Por muito tempo, nós, pessoas com deficiência, fomos impedidas de ocupar diversos espaços.
Isso porque não correspondemos a um padrão construído historicamente pela sociedade, dito como “normal”.
Esse padrão se sustenta em uma lógica de exclusão chamada capacitismo — um sistema de opressão que discrimina e inferioriza pessoas com deficiência, baseando-se na ideia de que nossos corpos e modos de existir são inadequados ou precisam ser corrigidos. O capacitismo está presente em atitudes, estruturas, políticas e discursos que colocam a deficiência como algo a ser superado, escondido ou tolerado, e não como parte legítima da diversidade humana.
Eu sou Aleska Trindade Lima, mulher com deficiência, doutoranda em História, e sei que minha deficiência não é limite — é território. Um território que move, que pensa, que pesquisa, que incomoda. Um corpo que resiste aos padrões e transforma a margem em centro.
Falar de capacitismo é falar de mim, de nós, e da urgência de reconstruir o mundo para que caibam todos os corpos — com dignidade, afeto e pertencimento.
Porque não é sobre superação — é sobre justiça social.
E essa história a gente escreve junto.